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Temporada Virtual - VI-08 - That Final Mile ...

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Mensagem  Myriam Castro Ter Jan 15, 2008 6:15 pm

Temporada Virtual - VI-08 - That Final Mile ... Kevin410


VI-08 - That Final Mile ...
Aquela Última Milha ...

Texto original em inglês de Ananda

"Você tem seu jeito, eu tenho meu jeito.
E como para o certo,
O jeito correto é o único que não existe."

Friedrisch Nietzsche - Filósofo alemão da Terra Antiga


Dylan não estava nada satisfeito.
Harper tinha feito alguns ajustes que comprometeram o sistema de navegação da Andromeda, e a nave estava praticamente à deriva. Chamou-o em seu gabinete, e deu-lhe 24 horas para resolver o problema. Tinham compromissos a cumprir, e isso os atrasaria. O engenheiro ficou apreensivo, pois Dylan falara duro, e ele pensou que o "Chefe" ia mandá-lo à Corte Marcial ... Até a IA ficou com pena dele, e comentou isso com Dylan, mas o capitão não se importou.
Dylan saiu dos seus aposentos e foi para o Jardim Hidropônico meditar um pouco. sentou-se, e contemplou pela ampla janela o espaço lá fora ... parecia vivo, e sempre o fascinava.
Então lembrou-se da estranha e súbita sensação de terror, de pânico, que o havia acometido algumas horas antes, ao acordar. Ele ainda estava um pouco trêmulo, e só se lembrava de ter-se sentido assim quando, numa alucinação, Elysian lhe encravara as lâminas ósseas, como as de Nietzscheans, no peito ... "Apenas um sonho ruim", ele pensou. Apenas um sonho ruim, foi isso.
Alguém o chamou. Ele se sobressaltou, mas era Trance, bem ao lado dele, perguntando sobre Harper. Ele resmungou qualquer coisa sobre dar uma lição, e saiu, sem olhar para trás. Trance estranhou a rispidez, incomum nele. O holograma de Rommie apareceu, e ambas trocaram olhares. Rommie comentou que nunca o tinha visto daquele jeito.
Beka foi procurar Harper, e vendo-o esquisito, perguntou o que acontecera. Ele contou, e Beka disse que ia falar com Dylan sobre isso. Encontrou-o na Sala de Recreação, emburrado, tratando a bola de basquete como se fosse a cabeça de um Magog. Quando tentou conversar com ele, ele reagiu, com uma expressão de ira no rosto, e não quis falar com ela. Ordenou-lhe que saísse da frente e deixou-a lá, intrigada.
Mais tarde, Beka conversava com Trance e Rommie sobre o estranho comportamento de Dylan nos últimos dias, sem que soubessem o porquê. Harper apareceu e juntou-se a elas, todos dando tratos à bola para descobrir o que estava acontecendo. Dylan já tinha escorraçado a todos ... só faltava Rhade.
Quando Dylan chegou à Ponte de Comando, Rhade informou que havia uma mensagem de Sura San para ele. O Cônsul não estava contente com o atraso. Precisavam dos suprimentos com urgência. Rhade, solícito como sempre, sugeriu que carregassem a Maru e fossem eles mesmos levar os suprimentos, mas Dylan retrucou, colérico, que não precisava de conselhos.
Porém, naquele momento, não havia outra opção. Ele ordenou que carregassem a Maru com os suprimentos e se retirou, deseignando Rhade para ir com ele. Assim que Dylan virou o corredor, Beka e os outros entraram, curiosos para saber se Rhade tinha descoberto alguma coisa. Todos estavam muito preocupados com Dylan, ele andava muito estranho ultimamente. Aquilo não era nada bom ...
Rhade então disse que talvez pudesse descobrir algo, quando se visse sozinho com o capitão. Quem sabe Dylan não se abriria? Harper até pediu que ele "trouxesse de volta o velho Dylan, porque esse novo ..."

Continua abaixo...


Última edição por Myriam Castro em Qua Nov 12, 2008 9:18 pm, editado 4 vez(es)
Myriam Castro
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Mensagem  Myriam Castro Ter Jan 15, 2008 9:24 pm

Continuando ...

Algum tempo depois, a bordo da Maru, Rhade tentou "garimpar" alguma coisa de Dylan, que pilotava a nave, mas Dylan só disse que não podia contar, porque ele mesmo não sabia o que era.
Mas logo tiveram que adiar a conversa, pois algumas naves de Sura San se aproximavam. Dylan estranhou, ia dizer que não precisava de escolta, mas Rhade o cutucou. O líder da escolta explicou que o sistema de segurança do planeta não ia reconhecer a Maru - afinal, estavam esperando a Andromeda - e poderia derrubá-la se estivesse desacompanhada.
Na superfície, foram recebidos pelo próprio líder do Conselho local, um tal Serbirus, que os cumprimentou com tal untuosidade que Dylan ficou desconfiado. Achou aquilo tudo muito estranho, pois aquele povo era conhecido em toda a Comunidade como xenófobo. O que fez Rhade eriçar involuntariamente as lâminas ...
Aqueles caras não estavam se comportando como se precisassem desesperadamente dos suprimentos. Dylan comentou isso, mas Serbirus, todo sorrisos, desviou o rumo da conversa. Rhade e Dylan entreolharam-se, o jovem Nietzschean com a palavra "armadilha" estampada no olhar, que Dylan logo captou. E quando, educadamente, acrescentou que iam embora assim que descarregassem os suprimentos, Serbirus mudou de atitude rapidinho, e resolveu contar o que estava acontecendo.
Segundo ele, havia no planeta duas cidades-núcleos, mas, enquanto uma delas, Erythius, progredia, a outra, Ithenae, decaía mais e mais. Ah ... a velha xenofobia, Dylan pensou. Serbirus continuou, contando que com o tempo o orgulho isolara a cidade-irmã, que nunca pedia ajuda a ninguém. Erythius continuava a enviar suprimentos, mas seus dirigentes não eram bem-vindos lá. Dylan e Rhade novamente trocaram olhares. Parecia a história de Trillin ...
Serbirus queria que Dylan tentasse dar um fim naquela situação, e o capitão ficou pensativo. Já Rhade não gostou muito da idéia ... ele achava que Dylan exagerava nos riscos, nessa de agir como "bom-samaritano".
Serbirus mencionou um tal Braxus - o líder de Ithenae, segundo ele um indivíduo cabeça-dura, arrogante e intransigente, além de xenófobo. Dylan ficou curioso para conhecer o sujeito, mas não demonstrou.
De volta à Andromeda, e sozinho em seus aposentos, Dylan pesquisou no Banco de Dados tudo o que havia sobre Sura San.
Quem sabe, se se envolvesse naquela missão, teria a mente ocupada e não sentiria "aquilo" novamente?
Quanto a Rhade, continuava não concordando com o risco que Dylan pensava em assumir, mas, sempre leal, ficou preparado para o que quer que o capitão estivesse planejando.
Andromeda ainda não estava totalmente operacional, mas Harper estava se esforçando.
Algum tempo depois, Trance foi procurar Dylan, queria conversar sobre o problema dele. Não gostava de vê-lo daquele jeito. Ele não queria conversar, mas ela viu que as mãos dele tremiam levemente, consequência das muitas horas sem dormir, e quando ele se virou para encará-la, ela viu os olhos profundamente azuis cheios de lágrimas. Ela ficou triste ... ele tinha passado por muitas coisas recentemente, e mesmo sua mente de Paradine não tinha ainda tido tempo para assimilar tudo. Ela o fez prometer que, se acontecesse novamente, ele a procuraria. Ele concordou, e pediu a ela que não contasse nada aos demais. Ele mesmo contaria, quando estivesse pronto.
Mais tarde, ele reuniu todos na Ponte de Comando e, com ar solene e voz tranquila, pediu desculpas a todos pelo seu comportamento nos últimos dias. É claro que o perdoaram, e, restabelecida a harmonia a bordo, ele pediu que comparecessem à Sala de Reuniões, pois tinham uma missão.
Eles não concordaram muito, a princípio, mas, por outro lado, também estavam curiosos com aquela história, e em consenso geral, recomendaram cautela. Harper disse que Andromeda estaria operacional em pouco tempo, e Dylan ficou satisfeito. Para variar, ele tinha um plano.
Ele foi conversar com o tal Braxus, levando Rommie e Rhade com ele na Maru. Ao chegar em Ithenae, ele deixou Rhade na nave e foi com Rommie. Braxus veio pessoalmente recebê-lo, e em nada parecia o tipo de pessoa que seu vizinho tinha falado dele. Muito pelo contrário ...
Muito cortês, e genuinamente preocupado com a situação, Braxus lhes disse que Serbirus mentira. Ele era na verdade um conquistador, e queria governar Sura San sozinho. Suas "atividades" incluíam tráfico de drogas e armas, corrupção, pirataria, assassinato e extorsão. Enfim, um sujeitinho perigoso. Dizia-se que ele tinha diversas fortalezas espalhadas pelo planeta, e milhares de soldados a postos para uma guerra. Por isso, desviava os suprimentos que chegavam a Sura San. E acrescentou a Dylan que poderia estar, naquele exato momento, tentando descobrir como por as mãos na Andromeda.
Mal disse isso, Rommie anunciou que detectara alguém tentando invadir seus sistemas. Braxus arregalou os olhos ... nem de longe imaginara que aquela bela mulher fosse uma IA, e o avatar de uma nave de guerra tão poderosa.
Dylan não perdeu tempo. Chamou Beka, contou o que descobrira, e ordenou que reforçassem a segurança a bordo, em todos os sentidos. E pediu a Braxus que lhe desse todas as informações a respeito de Serbirus. Braxus concordou de bom grado.
De volta novamente à Andromeda, Dylan pôs-se a examinar as informações que acabavam de chegar sobre Serbirus.
Trance pediu a Andromeda que não deixasse nada - e nem ninguém - incomodar Dylan, pois ela ia conversar com ele em particular.
E Dylan tinha acabado de ler as informações, por sinal muito interessantes, quando novamente aquela estranha sensação de terror o invadiu. As imagens eram nítidas em sua mente ... a batalha de Hephaestus, o ataque Magog, a explosão da câmara AP da nave, os horrores que sofrera, Elysian, Thomas ... ele gritou, aterrorizado, que tirassem aquilo de sua mente, até que sentiu a presença de Trance ao seu lado. Ela segurou sua mão, e sussurrou palavras tranquilizadoras, acalmando-o. Então, ele viu a figura de seu pai, dizendo que se orgulhava dele ... ele o chamou, as lágrimas descendo-lhe livremente dos olhos, e Trance continuava ao lado dele. E aí, ele aos poucos foi se acalmando, a respiração retornando ao ritmo normal. Ela explicou que, para não ser mais atormentado,
ele teria que enfrentar seus pesadelos, relaxar a mente, e deixar fluir ... aceitar o fato de que seu pai fizera o que tinha que ser feito., porque ele era um Paradine, como Dylan o era. E esclareceu ainda que as visões nem sempre tinham um significado negativo, como quando se "enxergava" o futuro. Ele ficou pensativo ... será que ela poderia tê-lo salvo? Talvez ela não acertasse todas as vezes. E se ela tivesse errado, e Dylan morresse no processo? Ele ainda não se dera totalmente conta de seu real papel, mas a verdade era que, sem ele, o Caos retornaria.
Recompondo-se, ele pediu a Trance que elaborasse um composto que, lançado sobre a superfície de Sura San, eliminasse sumariamente a espécie de planta que produzia a droga de que Braxus lhe falara - e somente ela, sem afetar outras formas de vida. Em seguida, avisou a todos que tinha um novo plano.
Ele pretendia colocar Serbirus e Braxus frente a frente, para que pudessem tirar suas diferenças, e desmascarar o bandido de uma vez por todas. Agora que tinha a ficha dele completa, a coisa ia mesmo ficar "quente".
Ele convidou Braxus para vir a bordo da Andromeda, e o apresentou a Rhade. O visitante ficou impressionado ... nunca tinha visto um Nietzschean antes, embora soubesse de sua existência. Mas viu que Rhade era um indivíduo correto e tranquilo, e afastou sua apreensão inicial.
Dylan , todo sorrisos e gentilezas, mostrou-lhe as imagens captadas pela Maru antes mesmo de aterrissar em Sura San, e Braxus ficou surpreso. O que antes só conhecia de boatos, agora via ao vivo e a cores. O capitão então calcou um botão no painel que havia do seu lado da grande mesa redonda, e Serbirus entrou, escoltado por dois lanceiros armados. Quando viu Braxus, torceu o nariz, e Dylan percebeu a animosidade que havia entre eles.
Enquanto isso, no Laboratório da Hidroponia, Trance mostrava a Beka e Rommie o composto que acabara de eleborar, e qual a sua função.
E Harper tinha instalado algumas "armadilhas" eletrônicas nos sistemas de Andromeda, e inserido um virus devastador nos principais acessos da rede da IA, de modo que qualquer hacker que tentasse invadi-la, além de levar um tremendo choque, teria seu próprio sistema arruinado.
Serbirus mediu Dylan de alto a baixo, e chegou à conclusão que não tinha saída ...
Dylan então projetou toda a ficha do bandido. Em seguida, deu uma ordem em voz alta a Andromeda, que disparasse uma salva de 20 torpedos AP sobre as fortalezas de Serbirus. Todos viram o espetáculo pela tela. Em poucos segundos, nada mais restava além de solo calcinado. Sem deixar de sorrir, disse que, como oficial do Alto Escalão da Alta Guarda, ele exigia que Serbirus fosse embora de Sura San. O homem tentou reagir, mas Rhade o agarrou com braços de ferro, as lâminas a centímetros de sua garganta, imobilizando-o.
Eles o detiveram a bordo até que o que restara das tropas de Serbirus se rendesse e cessassem as hostilidades. Virando-se para Braxus, Dylan lhe deu a tarefa de redistribuir os suprimentos para o povo.
E voltando-se novamente para Serbirus, ainda sorrindo mas com um brilho de ameaça nos olhos, repetiu sua ordem. Rhade o levou de volta para a sua nave, que fora previamente programada para sumir de Sura San. Serbirus saiu xingando, dizendo que ainda teria a cabeça de Dylan a enfeitar-lhe a sala, mas Dylan, fixando seu olhar no do bandido disse:
"Eu não tolero o crescimento de poder de indivíduos como você às custas da miséria do povo. Se eu ouvir falar de suas malditas atividades novamente, eu irei atrás de você pessoalmente!"
Dias depois, com a ordem novamente restabelecida em Sura San, Dylan e sua equipe deixaram o sistema.
Aos poucos, também a mente de Dylan se ia ajustando, e ele ficou mais tranquilo.
E Trance ficou feliz ...


Última edição por Myriam Castro em Qua Nov 12, 2008 9:18 pm, editado 4 vez(es)
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Temporada Virtual - VI-08 - That Final Mile ... Empty Re: Temporada Virtual - VI-08 - That Final Mile ...

Mensagem  mara Qua Jan 16, 2008 4:39 pm

Myriam, parabéns!
Outro episódio muito gostoso de se "ver".
Adoro o jeito como Dylan exerce a democracia...
obrigada, querida!

bounce :cheers:
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Mensagem  Myriam Castro Qua Jan 16, 2008 6:20 pm

Eu também gostei ...
Ele é mesmo uma velha raposa do espaço, hein?
Sempre tem um plano para qualquer situação.
Eu acho esse um dos mais impressionantes traços de sua personalidade.:farao:


Última edição por Myriam Castro em Qua Nov 12, 2008 9:18 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  mara Qua Jan 16, 2008 7:29 pm

Myriam Castro escreveu:Eu também gostei ...
Ele é mesmo uma velha raposa do espaço, hein?
Sempre tem um plano para qualquer situação.
Eu acho esse um dos mais impressionantes traços de sua personalidade.:farao:


Também acho, querida. Adoro líderes, pessoas que pensam rápido...scratch
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